quinta-feira, 19 de julho de 2012

anìma (2)



"Lorsque s'enlève la carcasse, on voit l'âme
Tellement je pense, tellement que...
Je pense tellement que quand je dis
ne sors pas
ça reste, dérange
inquiete
Après être réfléchi
Je vois tout
Dans le miroir
en utopie
Je vois
Il est encore le reflet
J'enlève
Alors, je vois"

Releitura: Anìma

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Parado

     Passaram correndo, às três. Num encontro massivo, chocam-se envoltos de grande ternura e alegria. Carregam-se uns aos outro, no meio de tudo aquilo que se movimentava mecanicamente. Ninguém repara, percebem tampouco. Nem a causa as percebe. 
     Ainda assim, estão ali. Continuam a correr, e correm cada vez mais rápidas.  Um grito letificante corta o ar. No clamor, de regozijo, os três olhos, que agora são muitos, encontram-se. Em iminência tudo para, o progresso para. Tudo para, para que eles passem.
     Num silêncio, dificilmente esquecido, a luz de tudo aparece. O que a audição consegue captar muda, o canto dos pássaros retifica. O seu vôo e cor, absortos pela alvorada, tornam-se, então, completos. E vê-se os astros. Vê-se, então o céu, entrecortado por prédios. Tráz de volta a ideia da movimentação, quase que esquecida. E a atmosfera do tempo insurgi. 
     Pelos lados não há mais ninguém. Praça vazia; todos os encontros, que ali ocorreram, nítida e luminosamente somem reduzindo-se a nada. Todo o barulho volta com efervescência. Arde as recepções auditivas. E, de toda a movimentação, é apenas uma imagem congelada que sobra.



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Olhos, e sorriso, de encanto.


A face, que tanto permeia a mente, aparece. Como no susto de um vulto, vira para o lado oposto. Olha de volta, e ainda está lá. Estático. No centro de todas as sensibilidades, e ternuras, some tudo o que já se sentiu. Algo, como o nada, instaura-se e acaba tomando conta do que talvez nem existiu. Um corpo inane esquenta-se e aperta, ainda mais, o próprio peito. E, como estátua, os olhos não se mexem, nem as mãos, nem nada, com conseqüente perda de suas características essenciais. Continua andar, perdido em solilóquios num lugar tão distante que, sem ter um por quê aparente, tudo parece lembrar um sorriso. Sentado, confabulando sobre saudade e sentimento, os olhos saem magnetizados no vermelho de um ocaso.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Até as sombras.

A rua, em que não se vira, leva ao sagrado.
esse sagrado, logo mais a frente,
Tão visivelmente perto, e estático,
permanece.
Conciciliando tantas coisas,
 que sobrevivem imóveis.
As sombras das árvores,
de tão engraçadas,
travessas,
lembram máscaras que riem e choram.
Tudo é parte de alguma coisa.


Montanha Kangrinboqe.