Poesia
não vista
Não
lida
não se
sabe ler
tampouco
lidar com ela
interpretar?
É
poesia que se sente
fácil
sentir,
discernir
é difícil.
Certo
ou
errado?
Existe
errado na arte?
Poesia
que vem,
poesia
que vai
em
ritmo compassado
segue.
Vem
segue.
Vem
vai
vem
vai.
Nunca
vi
li?
Creio
ter sentido
não faz sentido
muito
menos, sentido sentinela.
Pelotão,
sentido!
Nunca
vi.
Nunca
li.
Ouvi?
Não,
não ouvi;
Tentei
musicá-la
Não
deu.
Fico a
sua procura,
a sua
espera.
Poesia
não vista
Veste
minhas vistas
Tira
minhas vestes
E
deito, então
Nu
Contigo.
Em
frases cruas de gramática.
Vai
vem
vai
vem.
Um sonho
vai
vem.
Um sonho
Mais
um dia de son(h)o
Montei
um apanhador de sonhos.
Vamos.
Corra.
Capte!
Mova.
Mova.
Vai
vem
vai
vem.
Vista não poesia.
vem
vai
vem.
Vista não poesia.
Lida
não.
Não
lido
Não
vejo.
Apenas
sinto
E tudo
vai desenrolando
na
espera pelo outono.
No universo dessa poesia
nem o inverso é necessário.
No universo dessa poesia
nem o inverso é necessário.
Não
existe deus.
Não é
que não exista
é
desnecessário.
Não há o medo
da morte.
Poesia,
Não há o medo
da morte.
Poesia,
nem
poeta,
nunca
morrem.
No
universo da poesia
tudo
se encaixa
completa.
A poesia se completa.
completa.
A poesia se completa.
O
incompleto completa,
com as folhas do outono,
todo o espaço vago dos sonhos.
com as folhas do outono,
todo o espaço vago dos sonhos.
Vem
vai
vem
vai.
vai.
A
poesia cresce.
Como a semente
que vira semente
Como a semente
que vira semente
novamente.
A poesia,
que era apenas de brincadeira,
encontra seu nexo
curva-se em tom convexo
até entrar no ritmo
espiral do meu amor.
A poesia,
que era apenas de brincadeira,
encontra seu nexo
curva-se em tom convexo
até entrar no ritmo
espiral do meu amor.
E a
poesia,
que
era pra ser prosa,
vai
continuando
no ritmo da modernidade
no ritmo da modernidade
dessa
nova velha valsa.
Vem.
Vai. Vem. Vai.
Não
pode parar
ritmos continuam
danças não param
ritmos continuam
danças não param
A arte
não para;
Sonhos
não param
sementes não param
sementes não param
o
outono não para
o Universo, para.
o Universo, para.
A
poesia continua
no seu eterno compasso.
no seu eterno compasso.
Vai
vem
vem
Vai...
Ufa!
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Woman Undressing - Salvador Dalí
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