quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Vista não poesia

Poesia não vista
Não lida
não se sabe ler
tampouco lidar com ela
interpretar?
É poesia que se sente
fácil sentir,
discernir é difícil.
Certo
ou errado?
Existe errado na arte?
Poesia que vem,
poesia que vai
em ritmo compassado
segue.
Vem
vai
vem
vai.
Nunca vi
li?
Creio ter sentido
não  faz sentido
muito menos, sentido sentinela.
Pelotão,
sentido!
Nunca vi.
Nunca li.
Ouvi?
Não, não ouvi;
Tentei musicá-la
Não deu.
Fico a sua procura,
a sua espera.
Poesia não vista
Veste minhas vistas
Tira minhas vestes
E deito, então
Nu
Contigo.
Em frases cruas de gramática.
Vai
vem
vai
vem.
Um sonho
Mais um dia de son(h)o
Montei um apanhador de sonhos.
Vamos.
Corra.
Tente.
Capte!
Mova.
Vai
vem
vai
vem.
Vista não poesia.
Lida não.
Não lido
Não vejo.
Apenas sinto
E tudo vai desenrolando
na espera pelo outono.
No universo dessa poesia
nem o inverso é necessário.
Não existe deus.
Não é que não exista
é desnecessário.
Não há o medo
da morte.
Poesia,
nem poeta,
nunca morrem.
No universo da poesia
tudo se encaixa
completa.
A poesia se completa.
O incompleto completa,
com as folhas do outono,
todo o espaço vago dos sonhos.
Vem
vai
vem
vai.
A poesia cresce.
Como a semente
que vira semente
novamente.
A poesia,
que era apenas de brincadeira,
encontra seu nexo
curva-se em tom convexo
até entrar no ritmo
espiral do meu amor.
E a poesia,
que era pra ser prosa,
vai continuando
no ritmo da modernidade
dessa nova velha valsa.
Vem. Vai. Vem. Vai.
Não pode parar
ritmos continuam
danças não param
A arte não para;
Sonhos não param
sementes não param
o outono não para
o Universo, para.
A poesia continua
no seu eterno compasso.
Vai
vem
Vai...
Ufa!


Tela:
Woman Undressing - Salvador Dalí

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