segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Um devaneio

      Não consigo ouvir um pássaro, tão parecido com uma orquestra, um sol, uma harmonia ou uma flor amarela sem lembrar suas mãos. Seu rosto, seus sorrisos, dão causa, afluem o tempo todo a minha imaginação. E, eu tenho pensado tanto, tanto em você nos últimos dias. A vontade de escrevê-la e descrevê-la é pungente, por vezes dolorosa. Pois nada, nenhuma das palavras escritas nas folhas que rasguei, chega a semelhança do quanto é bom pensar em você. Ou, do quanto é lancinante esperar para vê-la. Ai... tenho pensado tanto em você nas ultimas horas. Pensei em tantas coisas para dizer quando a visse. Palavras que parecem, unicamente, tomar forma na pulsação do meu peito. Reli as folhas amassadas, elas ainda não dizem o que quero. Não consigo ouvir, em pensamentos, as palavras que deveriam estar aqui, escritas. No dito, não consigo. Você, apenas você, pode significar, traduzir, em matéria ou pensamento, os solilóquios que tenho desde aquela segunda-feira. Tenho imaginado se o que aqui escrevo, ou as paginas amassadas, trariam aquele transcendente sorriso ao seu rosto. Se suas musicais e harmoniosas mãos um dia encontrariam novamente essa que aqui te escreve. Que vontade de te escrever, vontade de te ligar... Tenho pensado bastante em você nos últimos minutos...

Salvador Dalí - "La Main" (Les Remords de Conscience), 1930

3 comentários:

  1. Um devaneio ' vou usar essas palavras num dos momentos romanticos com minha namorada, rsrs

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  2. Que palavras bonitas, saudade só fica bem na poesia mesmo.
    Gosto do que tu escreve.

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  3. Mais que um devaneio, realidade que transborda na
    cabeça de muitos, tão fixada, parecendo bordada.

    Flores.

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