sábado, 26 de abril de 2014

que eu não precise de um cigarro para sair de casa,



nem compromisso, pres-sa ou hora marcada.
que eu possa sair apenas por querer ter asas.
sentar num banco, apenas por ver um sorriso
mesmo que não seja pro meu canto.
ver, por buscar admirar, o vento que corre.
sentir no peito ser poeta, e não precisar de fumaça
de escapamento, usina ou do álcool que enriquece tormentos.

na frente de casa tem um terreno vazio, um baita terreno
lutando por querência feito tereno, como pássaro preso
que canta voa. voa gaturamo-rei, canta livre no seu saber azul
de corpo preto, sabido do que se tem e o que se é.
canta para eles que não di-anta imprendimento, torres retas
buscando o céu.. concretadas sem nem ter asa para voar.

diz, num di-anta, duas vezes não. diz que não adianta
encontrar o firmamento acima, sem antes saber do rio
que corre por baixo da terra ou do peito.
não esquece do teu leito, perca o tempo.
o rio pode ficar podre, e tão bem a comida que você come
apodrece no lixo do teu leito, para alguém vira fome.



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