á Amanda Stuck;
feliz aniversário.
Encostada na
janela, ela perdia os olhos nas luzes que se perdiam na cidade. Os prédios não sumiam,
a fumaça invadia o quarto, após termos nos invadido. Uma camiseta branca vestia
seu corpo, cobria seu seio ganhava minha vida. Sua bundinha, branca como lua cheia,
ditava a beleza do quarto, de dentro deu uma calcinha de rendas azuis. A
vontade da noite que ainda viria, o ultimo gozo, o fechar e rolar dos olhos que
se comiam um sob o outro.
- Cadê o
isqueiro? Apagou aqui... – Sorrindo uma quase timidez, seus olhos me sorriem da
janela.
Meu corpo, que
só não estava ao seu lado em matéria, vai até ela e as costas do teu corpo, me
abraçam. Acendo a pontinha sustentada na beirada dos seus lábios, com a mão
direita. A brasa consome o verde, a jovialidade dos nossos corpos, a fumaça
preenche seu rosto, numa fotografia bonita. Mordo um beijo em sua orelha.
- Espera um
tico. – digo.
Busco as duas
taças de vinho chileno, e volto ao encontro da janela, do seu corpo. A cama, à
meia luz, o chuveiro; um quarto completo, enchendo nosso amor ou a memória do
futuro. Um lugar assim, e todo o resto
somos nós, penso. O vento me detém, leva meus passos parados. O vinho, teu
corpo, ou um gole, me abrem um sorriso.
Meu corpo
volta e pela primeira vez, da noite ou da vida, ganha o seu. O melhor sexo,
encontro, seu seio molhado em meio as fotografias de um banho. É a primeira que namoro, penso, me enamoro. Me faço em amor. Uma noite cabe num texto? Acho que não. Imagine uma
vida, então? Nossos corpos fruem, a alma se suspende à matéria, a boca se
molha, línguas se encontram. Seu corpo cai sob o meu, fechando uma noite ou um
abraço. Respiramos fundo.
- Olha que
bonito esse céu. – digo, apontando a janela com os olhos. O céu invadia o
quarto.
Uma noite cabe num texto? Não sei, minha
escrita se completa em você.
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Ilustração de Gladston Barroso. |
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