terça-feira, 24 de maio de 2011

Sol

Amplo Horizonte, 1969
Theodoro De Bona


Neste horizonte imenso que tenho em minha frente. Neste horizonte. Meus olhos muito longe enxergam. Tenho uma visão perfeita de tudo que esta a minha volta, seja no céu, seja na terra. Branco e azul. Verde e marrom. Quatro cores. Quatro sentimentos. Uma saudade. Tenho todo horizonte em minhas mãos. Ter tanta coisa. Mesmo assim não ter nada. Horizonte. Céu. Terra. Paisagens. E um amor. Uma saudade.
                O sol. Ofusca minhas vistas. Ofusca a paisagem. Tira a cor. Ou melhor, traz mais vivacidade a elas. Tudo isso vai. A posição muda e o sol já não atrapalha mais. Branco e azul. Verde e marrom. Quatro cores. Quatro sentimentos. Uma saudade. E o tempo. Ele não passa. Fica. Tortura-me na espera pelo fim da saudade. O calor da saudade me faz poder guardar o calor do seu beijo. A intensidade é tanta que o calor vai se esvaindo. Nem o sol ofuscante, nem o domínio do horizonte. Nada tira a saudade. E num breve instante tudo para. O obstáculo da distancia me vence. E a obra fica inacabada. Ah, o amor.


3 comentários:

  1. Aquela saudade que chega de fininho e,por um segundo,devasta.

    ResponderExcluir
  2. 'Ah o amor...' há sempre uma razão para questioná-lo. Que poder esse sentimento possui de nos dividir, de nos multiplicar, de nos confundir, nos transformar. E a saudade, então...o amor e a saudade, dois elementos dos passionais. Mas que graça teria o amor se fosse sempre igual em nós a sensações e emoções? É essa falta de certeza que nos põe em alerta. O amor não é um sentimento terra firme. É um barco à deriva, sempre...se nos acomodamos, corremos os riscos de perdê-lo. Se nos tornamos inquietos, ele nos torna prisioneiros. Tenha uma ótima noite, Rafael!!!!

    ResponderExcluir